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10 de abr. de 2013

30 dias de paganismo: Dia 06 - Ma'at

       Eu já falei sobre Ma'at lá e aproveito para colocar (e ampliar) aqui:

     Ma’at é o termo mais importante dentro da filosofia e religião kemética. Em egípcio antigo, Ma'at significa literalmente "verdade". Ma’at era a ordem, o equilíbrio, a verdade e justiça personificadas; era harmonia – como as coisas deveriam ser. Sem Ma’at, o universo retornaria ao caos já que graças a ela, ele funciona de um modo racional e ordenado.
    Ao mesmo tempo, ela também é uma Netjeret (deusa) representada com uma pena de avestruz na cabeça. Esta é a pena colocada em um dos lados da balança usada para a pesagem do coração do morto no julgamento além-vida.
    Concomitantemente – e o que talvez seja o mais complicado de entender – Ma’at não é boa ou má: Ma’at simplesmente é.
    Ela está muito além da ética, é completamente neutra. É por isso que durante o julgamento no além, Ma’at é representada pela balança que pesa o coração do falecido: ela não escolhe partes, não tem favoritos, simplesmente pesa o que é depositado nos pratos.
    Ma’at é um processo que se põe em marcha a partir de ações. Processo que reage ao atuar humano e move as peças de modo que o equilíbro seja reestabelecido sempre. Toda ação tem uma reação, e ela é consequência de Ma’at.
    Os que praticam a religião kemética devem viver em e por Ma’at, o que representa um grande desafio já que implica sermos responsáveis pelas ações que realizamos diariamente o tempo todo, em todas as esferas de nossa existência.
     Se deixamos de praticar Ma'at, fazemos isfet. Com isso, desequilibramos o universo, tanto em nível pessoal quanto universal. Quanto mais estamos em Ma'at, melhor para nós, já que no final,é isso que vai ajudar a determinar nosso destino nesta vida e na próxima.
       Para ficar mais fácil de entender,temos que pensar em termos de quantidade e de custo-benefício. Por exemplo, o que é mais interessante para nós mesmos, carregar um saco de pétalas de rosas ou um saco de pedras pontiagudas? Pessoalmente, eu prefiro as rosas, embora às vezes algumas pedras apareçam e quando isso acontece eu tento me livrar da pedras, se me dou conta. 
      Nem tudo é possível de notar, e por isso continuo tentando, mesmo com algumas pedras disfarçadas, levar a vida mantendo mais rosas do que pedras nas mãos.